25 de agosto de 2010

Ser confundida com uma fã é dose!

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Não é porque estou como assessora de comunicação que episódios hilários e inusitados no trabalho vão deixar de acontecer comigo, como aconteciam quando atuava na reportagem de um jornal local. Isso é óbvio, porque essas coisas me perseguem. Não tem jeito! Então, que tal ser confundida com uma fã desesperada para tirar uma foto, pegar um autógrafo ou “roubar” um beijo ou abraço do seu ídolo? Quer piorar a situação? Eu estava de salto, meia-calça, vestido (composto, vale ressaltar), ou seja, adequada para uma ocasião de trabalho, e com um crachá gigante identificando que estava a serviço. Sentiu o drama? Então, vamos aos detalhes do fato...

Certo dia, estava trabalhando em um grande evento que aconteceu na cidade e, nele, o ator e apresentador Rodrigo Faro fazia uma apresentação de um jogo feito com os participantes que estavam presentes. Todas as fãs estavam concentradas na frente do palco, soltando beijos, gritando declarações de “lindo, gostoso e maravilhoso” e apontando suas máquinas fotográficas e celulares para Faro, na tentativa dele corresponder aos chamados histéricos da mulherada. Eu estava lá, mas na labuta dos bastidores, para cima e para baixo, com um “salto de arrependimento” que resultou calos nos pés. Terminada a brincadeira, que por sinal foi super legal, fui acompanhar os vencedores e os convidados que iriam entregar os prêmios junto com Faro. Ah, foi ai que tudo começou!

Em meio aos flashes de máquinas por todo lado, eu estava meio que tentando organizar tudo dentro do “cercadinho” dos prêmios com outra colega de trabalho. Como todo fã sempre consegue arrumar uma brecha no meio da multidão, a mulherada começou a se agrupar ao meu redor. Foi ai que um segurança chegou pra mim e disse:

- Você não pode ficar aqui!
- Hã?!? Amigo, estou trabalhando. – falo mostrando o crachá.



Certo, consigo convencê-lo, permaneço no lugar e continuo trabalhando. Ai, outro ou o mesmo segurança, não lembro bem, diz a mesma coisa. Também dou a mesma resposta com calma. Enquanto isso, a mulherada continuava a fechar o cerco para ver o seu ídolo e eu no meio do vuco-vuco. Enfim, a sessão de fotos acaba e Faro volta aos bastidores (ufa!). Logo em seguida, um repórter me pede para confirmar os nomes completos dos vencedores. Prestativa, prometo conseguir e saio correndo (de salto) atrás da informação. Na entrada do backstage, um segurança me barra:

- Não pode passar, moça!
- Eu estou trabalhando, ó!!!! – contesto um pouco irritada mostrando o bendito do crachá pendurado no pescoço.

Depois de relutar minha passagem, o segurança me libera. Enquanto procuro alguém da produção para conseguir a tal informação para o repórter, Rodrigo Faro passa por mim junto com outras pessoas, acho que seguranças e seus assessores ou produtores. E de novo, escuto dizerem para mim:

- Não é para você estar aqui!!
- Cara, estou TRABALHANDOOOO!!!! – dou a “carteirada” novamente.

Segundos depois, volto a falar com o repórter para repassar a informação que tinha conseguido. Com a missão cumprida e um pouco descabelada, hora de descansar e conversar com os colegas de trabalho sobre o fim do serviço. Eis que pergunto:

- Fulano, vem cá, com toda sinceridade do mundo, responde uma pergunta pra mim?
- Claro. O que foi?
- Eu tenho cara de fã de Rodrigo Faro??
- Por quê? – perguntou Fulano dando gargalhadas.
- Poxa, desde hoje estou sendo confundido com uma!
- Hum... de repente...

Obs.: Mesmo não sendo fã, Rodrigo Faro me pareceu super simpático e atencioso com todos que estavam lá. Quando podia, atendeu as fãs, deu autógrafos, posou para fotos, soltou beijinhos e estava sempre sorridente, apesar do tumulto. Legal isso, porque nem todos são assim! =)

8 de agosto de 2010

Amigos por algumas horas

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Amigos são para sempre, estando juntos nos momentos bons e ruins e nos apoiando quando mais precisamos. Ainda existem aquelas amigos da mesa de bar, da balada, do trabalho, da escola, da faculdade, do prédio, das férias, de viagem, de infância, de compras, do bairro... As classificações dos amigos são as mais diversas. Teve um tipo que conheci durante uma viagem ao Rio de Janeiro para visitar um amigo que há anos não via, na verdade um eterno amigo da época do colégio. Esse tipo que conheci foi, para mim, algo novo e bastante inusitado, que me fez refletir sobre várias coisas da vida, principalmente sobre a definição de “amigos”. Chamei esse tipo de “amigos por algumas horas”. Pode parecer estranho, mas essa foi a melhor definição que encontrei para eles.

Foi durante um delicioso feriado que resolvi pegar o avião e aproveitar essa folga na terra maravilhosa na companhia de um bom amigo. Ao desembarcar no aeroporto do Galeão, não pude ser recebida pelo mesmo, então fui procurar o ponto de ônibus e seguir até o bairro da Urca, onde ele morava. Sentada em cima da mala, tento dividir o ponto de ônibus junto com outras dezenas de pessoas. Todos os veículos que serviam para mim chegavam lotados. Começou a bater o desespero, pois já estava com fome, no meio da tarde e não queria chegar ao meu destino no início da noite. Então, resolvi perguntar ao fiscal do ponto o que estava acontecendo. Nisso, mais algumas pessoas se juntaram a mim. A resposta, grossa e curta, foi de que teríamos de ir a outro ponto, do lado oposto do aeroporto, ou seja, uma boa tirada a pé.

Eu e algumas pessoas resolvemos ir, entre elas meus “amigos por algumas horas”. A que não estava com mala dividiu o peso da minha comigo. E o único homem da turma, com a mochila nas costas, ajudou a amiga que levava algumas sacolas, além da maleta. Rodamos o Galeão quase todo atrás do outro ponto de ônibus. Foi quando descobrimos que um engarrafamento estava impedindo o fluxo normal e os ônibus chegavam lotados. Demoraríamos horas para pegar um e chegar até onde queríamos. Ficamos ainda mais desesperados, pois o nosso amigo tinha um compromisso e eu e as meninas não queríamos chegar tarde ao nosso destino. Nessa hora, resolvemos nos apresentar e dizer os nossos objetivos. Descobrimos que todos iam para a zona sul da cidade. Então, uma das meninas deu a ideia de dividir um taxi, já que sairia quase o mesmo valor da passagem para cada um dos quatro.

Após apresentações, percebemos a confiança mútua entre ambos. Pegamos um taxi e seguimos. Um engarrafamento monstro estava dominando as linhas cariocas vermelha e amarela. Para passar o tempo, um bom bate-papo. Cada um contou um pouco de si e nos divertimos bastante. O menino da turma trabalhava na área de saúde e estava na cidade para um congresso. Uma das meninas era recifense como eu, salvo engano, publicitária e ia apenas matar a saudade de amigos no feriadão. A outra era carioca da gema e psicóloga e foi se despedir do noivo português, mas seu plano era de, dentro de alguns dias, seguir para África fazer uma pesquisa entre as mulheres africanas com Aids (algo bem culti, não?). Até o motorista de taxi entrou na conversa contando suas aventuras no trânsito.



Quase três horas depois, já na zona sul, a primeira parada foi em um shopping próximo da Urca, onde eu ainda precisava pegar outra condução. Quem desceu comigo foi a psicóloga da gema. Os outros dois seguiram a viagem. Ela me ajudou com as malas até próximo de sua casa, onde tentou comigo, por várias vezes, pegar um taxi. A carioca só se contentou quando conseguimos e eu entrei no veículo. Chegamos a trocar MSN, mas não obtive sucesso com nenhum deles. Não sei se anotamos errado, ou não compreendemos nossas letras, ou se perdemos os papéis onde anotamos os e-mails. Alguns podem pensar que foi apenas a situação de necessidade que juntou aquelas quatro pessoas, que, depois de atingirem seus objetivos, não deram importância ao fato e acabaram esquecendo. Pode até ser, mas aquelas três horas pareceram três dias, três meses, três anos, três décadas, pois, durante esse tempo, os “amigos por algumas horas” se ajudaram, se apoiaram no momento do sufoco, se divertiram, se curtiram, confiram um no outro e foram felizes. Não é o mesmo que dizemos dos amigos? =)