26 de setembro de 2010

Dentes insensíveis ao bolso

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Quando menos esperei, percebi que meus dentes são completamente insensíveis com o meu bolso. É que descobri ter sensibilidade dentária, uma dor insuportável ao comer ou beber alimentos gelados, quentes e ácidos. De primeira, achava que era uma cárie. Fui à emergência ortodôntica do meu plano de saúde super preocupada. Na verdade, essa ida ao dentista (que detesto!) foi uma tortura, pois a descoberta da sensibilidade aconteceu com o jato de ar daquela pistola (água/ar) da cadeira do dentista. A dor foi tamanha que bati no céu e voltei. Não foi apenas um jato, mas alguns jatos de ar! Quase chorei de desespero. Ai, veio o diagnóstico:

- Você está com sensibilidade dentária, devido a sua escovação que não está correta. Terei que fazer a restauração de um e, para os outros dois, você marca uma consulta. – disse o dentista.

Fiquei apavorada com a tal “restauração” e “outros dois”. Gelei e logo perguntei se teria necessidade da tal broca que faz aquele barulho maldito:

- Não se preocupe. Não vai precisar de anestesia e nem da broca. Irei apenas colocar a resina. – justificou o dentista.

Respirei aliviada. Ele fez a restauração em um dente e depois me deu a maior bronca sobre a minha escovação, explicando a maneira correta (de baixo para cima e vice-versa). A causa do meu problema de sensibilidade é o mais comum: a exposição da raiz dos dentes na área cervical/colo por causa da retração da gengiva (lê-se: gengiva levantada). Então, como a raiz do dente não está coberta pelo esmalte, sem a proteção da gengiva os milhares de buraquinhos, que fazem a ligação do feixe nervoso da polpa até a superfície do dente, ficam expostos. Um terço da população adulta, principalmente de 30 e 45 anos, tem dentes sensíveis.



Até ai, tudo bem. Marquei uma consulta para fazer a restauração nos outros dois dentes. No dia, expliquei a dentista o ocorrido que, também, me deu outra bronca.

- Mas eu já estou me vigiando e fazendo tudo direitinho! – logo me defendi.

Ela começou a fazer o trabalho e, a cada jato de ar, uma tortura. Pelo menos, a doutora foi mais delicada do que o primeiro que me atendeu. Os jatos eram bem de leve e com todo cuidado. Quando a dentista acabou, hora das orientações. A sugestão dela foi usar uma pasta dental específica para isso:



- Tem uma muito boa que está fazendo propaganda na televisão. É... esqueci o nome, mas é uma branca que vem dizendo nome sensitive. Você, depois de escovar normalmente, vai colocar um pouco no dedo e massagear os dentes sensíveis por um minuto. Escove diariamente.

“Hum... estou achando que isso é um total merchan durante a consulta”, logo pensei. Sabia que era a Colgate Sensitive Pró-Alívio, mas ela não disse o nome. Esperei que ela falasse, porém nada! Será que lá no consultório do meu plano não é autorizado isso? Porque ela não me passou receita, apenas orientou... Enfim...

Então, fui atrás do tal creme dental e levei o maior susto! A pasta tem um peso líquido de 50g e custava mais de R$ 8. Quase enlouqueci com o preço, mas logo pensei: “Tudo bem, é para o bem da minha saúde dentária”. Estou usando a danada faz algumas semanas e o efeito, de fato, é imediato: alívio! Mesmo assim, meus dentes continuam doendo um pouco durante o dia. Não sei se é porque estou pirangando ao usar a quantidade do creme, se meus dentes estão super, hiper, mega sensíveis, ou se o tal creme do alívio é “apenas imediato”...



Agora, vale uma reflexão:
Por que as indústrias de creme dental cobram tão caro pelo produto se um terço da população tem sensibilidade dentária? Normalmente, uma boa pasta de dente custa, em média, R$ 2, R$ 3, não é isso?

Acho que todos devem saber a resposta, não é? =P

Causas da sensibilidade dentária:
- Retração das gengivas devido à idade ou escovação inadequada;
- Bebidas ácidas, como refrigerantes, que causam a erosão do esmalte e a exposição da dentina;
- Bruxismo que faz com que todos ou a maior parte dos dentes se tornem sensíveis;
- Escovação com creme dental muito abrasivo, escovação incorreta ou em um número de vezes maior do que três;
- Gengivite, que pode causar a retração da gengiva;
- Dente lascado ou fraturado, com exposição da dentina;
- Alguns tratamentos dentários, como branqueamento, colocação de aparelhos ortodônticos ou restauração dentária.

Fontes e mais informações:
- Odontosites;
- Colgate;
- Isto É Gente;
- Colgate Saúde Bucal/Yahoo.

12 de setembro de 2010

Sim, tenho TPM!

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Um episódio num estacionamento de shopping me fez lembrar de outro em que descarreguei toda minha TPM (tensão pré-menstrual) em um cidadão de uma forma que até eu fiquei assustada. Pois é, aquela crise mensal que a maioria da mulherada tem. Algumas choram, comem que nem loucas, principalmente chocolates, se estressam, ficam sensíveis, ansiosas ou soltam os cachorros no primeiro filho da mãe que resolveu fazer alguma besteira, como no meu caso. Muitos dizem que isso é frescura e exagero, inclusive mulheres que não têm tais sintomas. Não é mesmo!

Basta conversar com especialistas ou fazer uma busca rápida pela internet: no site Gineco, diz que a TPM atinge aproximadamente 75% das mulheres; no ABC da Saúde, a “TPM é uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a mulher na esfera biológica, psicológica e social”; pesquisa da Unicamp revelou que 80% das mulheres já tiveram ou têm TPM e 95,1% têm sintomas físicos e emocionais. Passado o momento científico, vamos, então, aos fatos...



Na verdade, o episódio no estacionamento do tal shopping foi um trauma. Na busca por uma vaga, depois de procurar por vários andares, uma passa despercebida quando faço a curva. Paro, ligo o pisca alerta e começo a manobrar o carro. É quando percebo que outro próximo a mim para, o motorista abaixa o vidro e aponta para a minha vaga. Na hora, também abaixo o vidro e falo com a cara um pouco fechada:

- Ei, a vaga é minha!
- Calma, calma! Pensava que você estava saindo. Não precisa fazer cara feia. – explicou o motorista fazendo gestos para me acalmar e um pouco assustado.
- Tudo bem, moço. Desculpe se fui grossa, mas é que tenho um trauma. – justifiquei.
- Não que isso. Sem problemas. Não sou cafajeste para fazer uma coisa assim.

Foi ai que passou o filme na minha cabeça, daquele dia em que a fúria da TPM tomou conta do meu ser. Buscava uma vaga em um estacionamento de hospital que foi projetado para perturbar a cabeça de qualquer motorista. A cada andar que passava, nenhuma vaga disponível. Eis que, no último piso, um carro estava saindo. Aliviada, paro o carro, ligo o pisca alerta e espero o veículo sair. Enquanto isso, um monte de outros carros formava uma fila gigantesca atrás de mim. Fiz um sinal com a mão para esperarem, mas o cidadão bem atrás começou a buzinar. Foi quando desci do carro e gritei: “Estou esperando o carro ali sair”.

O tal veículo começou a sair, porém a arquitetura do estacionamento não estava ajudando muito. Precisei avançar meu carro para o outro descer. Ai, o tal cidadão, inteligente que só ele, teve a brilhante ideia de estacionar na minha vaga, em que estava esperando por minutos. Ah, foi quando a TPM veio com tudo! Já estava estressada porque ia chegar ao médico atrasada, não achava vaga e, pra completar, um filho da mãe rouba a minha vaga. Resultado:

Dei uma ré rápida no carro (como nunca tinha dado antes), parei atrás do veículo do cidadão e sai com tudo atrás dele:

- VOCÊ É DOIDO, É???? EU NÃO FALEI QUE IA COLOCAR O CARRO NESTA VAGA?!?! SÓ UM IDIOTA MAL EDUCADO PARA FAZER ISSO!!!! NÃO TEM IDEIA DO SIGNIFICADO DE CAVALHERISMO E EDUCAÇÃO NÃO?????



Eu gritava desesperadamente com o dedo na cara do cidadão, que não falava nada, apenas andava assustado pelo estacionamento. Não, não o xinguei, nem mandei ele para lugar nenhum, apenas descarreguei minha adrenalina de forma bem fina (e fofa que sou). Meu coração foi a mil, fiquei nervosa e tremendo que nem vara-pau, pois nunca tinha feito isso, principalmente com um estranho. Um senhor assistiu tudo de dentro do seu carro, enquanto esperava alguém chegar:

- Senhora, estacione aqui. – falou ele ligando o carro e se mostrando indignado pela minha frustração e ação do cidadão.
- Obrigada, senhor. Fico feliz de saber que ainda existe gente educada nesse mundo.

Estacionei o carro e fui em direção ao elevador para ir ao médico. Advinha quem eu encontro lá: o tal cidadão! Eu o encarei, com aquele olhar congelante. Percebi que ele estava todo desconcertado e, quando o elevador abriu a porta, saiu voando e tropeçando as pernas. Minha reação: dar uma gargalhada, que me fez relaxar e seguir.

Resultado: Sei que ninguém é obrigado a adivinhar que você está de TPM ou num mal dia, mas um mínimo de educação vai bem, não é mesmo? Ah, podem me chamar de louca e perturbada, entretanto atire a primeira pedra aquele que nunca teve um dia ou um momento de fúria ou a mulher que nunca teve uma crise de TPM! Além disso, quem não se irritaria com uma dessa? =)