25 de julho de 2010

A saga da sexologia Crepúsculo

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Todos nós sabemos que educar criança não é uma tarefa muito fácil. A situação se complica mais ainda quando se trata de orientação sexual. Pais e mães sempre se perguntam qual a melhor maneira de falar com seus filhos sobre sexo, até porque essa criançada está além do que nós pensamos. Muitos pegam dicas em livros de especialistas, revistas sobre o assunto, conversam com outros papais e mamães que já passaram por essa mesma experiência ou simplesmente contam com a orientação na escola. O que eu não imaginava era que “A Saga Crepúsculo: Eclipse” (EUA, 2010) servisse para “ensinar” a pirralhada e me colocar em uma situação constrangedora ao que se refere “sexo na adolescência”.

Minha mãe e eu resolvemos levar meu primo/irmão/filho de 12 anos para assistir o tal filme dos vampiros. Até ai, tudo bem. A faixa etária está de acordo. E como todo filme de adolescente, nada de cenas ousadas e picantes demais. Então, eis que surge a cena em que a protagonista Bella conversa com uma de suas cunhadas (não lembro o nome) sobre ter que ficar sozinha uma noite na casa da família vampiro com Edward. A cunhada vampira brinca com Bella, pedindo para ela agradecer. É que, para o pai da protagonista, toda a família vai sair para caçar e a convida. Mentirinha básica de adolescente quando quer aprontar. Atire a primeira pedra quem nunca fez isso!

Enfim, nessa cena, todos no cinema riem. Isso porque, há três filmes, os protagonistas mal se beijaram, ou seja, ninguém fez NADA, seca total. Meu primo, rindo, olha para mim e pergunta:

- Não entendi? Por que todos estão rindo?
- Bem, é... Deixa o filme acabar que eu explico. – respondi meio constrangida.



Ele fez uma cara de “poxa, queria saber para rir também” e, não muito contente, voltou a ver o filme. Ai, veio outra cena. Bella conversando com seu pai sobre sexo. Um papo bem constrangedor, em que o pai não consegue explicar muita coisa. Então, a protagonista, em um momento, se irrita e diz: “Pai, se você quer saber, ainda sou VIRGEM”. Todos no cinema riram novamente, fazendo barulhos gaiatos. Então, surge a pergunta fatal:

- O que é virgem?

Eu e minha mãe não aguentamos e caímos na gargalhada. E o pirra insistia em querer saber o que danado era “virgem”. Não parava de perguntar desesperadamente e nós duas não parávamos de rir, assim como as pessoas que estavam ao nosso redor.

- O que é virgem? O que é? O que é? O que é VIIIRGEEEEM!
- Calma, menino, agora, não posso explicar. Olha o filme. Silêncio! – respondi sorrindo.
- Mas eu quero saber AGORA! – gritou o pirra segurando meu braço.
- Seguinte, quando o filme acabar, a gente explica direitinho.

Pronto! Enfim, ele se acalma e continuamos a ver o filme. Quando acaba, eu e mãe continuamos dando algumas risadas discretas, lembrando do que tinha acontecido. E quem disse que o danado do pirra esqueceu o enigma “virgem”? Ah, ele puxou meu braço novamente, enquanto descíamos as escadas da sala:

- Você ainda não me explicou o que era virgem!
- Deixa a gente sair do cinema primeiro. – justifiquei para ele.

No caminho para o estacionamento, ele veio novamente com a mesma pergunta:

- Mãe, a senhora é mais experiente do que eu. – comentei saindo de perto dos dois e indo pagar o estacionamento.

Até que minha mãe tentou me fazer explicar, mas passei a peteca para ela. Ainda não tenho gabarito para isso (!). Os dois ficaram conversando por alguns minutos. Quando o olhei, comecei a rir novamente. O rosto do pirra se modificou por completo, como um ponto de exclamação no fim de uma frase. Foi quando eu perguntei:

- Gostou do filme?
- Gostei. – olhando para o horizonte.
- Você entendeu?
- Entendi. – respondeu após alguns segundos de silêncio.

Todas as respostas dele para as minhas perguntas se seguiam assim. De repente, um silêncio dentro do carro. Olhei para ele do retrovisor e o vi com uma cara filósofa: “Quer dizer que virgem é isso... Acho que não deveria ter perguntado aquilo no cinema tão alto...”

Resumo: O pirra sabe o que é sexo, claro. A questão foi que ninguém tinha falado antes para ele o que significa a palavra “virgem” e que ele era um!

16 de julho de 2010

Um idioma chamado “pernambuquês”

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Geograficamente falando, sabemos que o Brasil é um país (lê-se único) dividido em cinco pedaços (lê-se regiões) e tem o português como idioma. Pode até ser, mas na prática não é bem assim. Ah, me chamem de louca ou de qualquer outro nome, mas, depois de lerem esta história, vão concordar comigo. Eu, uma nordestina, pernambucana, recifense, mais especificamente, fui passar alguns dias de folga em São Paulo, na capital mesmo. Durante esse passeio, descobri que não falo português, mas sim o “pernambuquês”. Não, não é preconceito linguístico (que aprendi a não ter na faculdade), muito menos preconceito regional. Descobri que moro num “continente” chamado Brasil, onde tem um “país” Nordeste. É lá que existe o estado de Pernambuco e sua capital, Recife, onde se fala a tal língua.

Certo dia, estava saindo do Terraço Itália (onde se tem uma bela vista de São Paulo), no Edifício Itália, pagando de turista com minha companheira de viagem, para ir até o Teatro Municipal. Sem termos ideia da nossa localização (mesmo depois de ter visto a cidade inteira lá do 41º andar), resolvemos perguntar ao segurança do prédio como chegaríamos lá.

- Teatro Municipal... hum... Você contoRna o edifício e segue em frente. No segundo farol, dobre a esqueRda e continue em frente. – explicou o segurança simpático.
- Ah, entendi. Arrudeio aqui e, no sinal, dobro, né? – indaguei na tentativa de confirmar meu entendimento.
- É, acho que é isso... – confirmou o segurança com a cara de “não entendi nada o que ela falou”.

Agora, pagando de gatinha na balada, o meu “pernambuquês” acabou me denunciando no meio de tantos locais. Enquanto dançava um bom samba rock, um paulista apareceu e começou com os trabalhos. Depois de muito blá-blá-blá, a água mole em pedra dura não furou. Ele acabou desistindo de mim (graças!). Horas se passaram e, já na hora de “pegar o beco”, a tal figura me aparece de novo, depois de ter passado a noite com loiras, morenas, ruivas... (acho que ele jurava estar subindo e descendo as ladeiras de Olinda no Carnaval).

- Lembro de você! Espera... deixa eu lembrar... – falou o paulista mais afogado que pedra de gelo num copo de whisky.
- É, lembra? – perguntei olhando para cara dele, esperando lembrar porque se lembrava de mim.
- Lembrei! Lembro porque você me deu o melhor beijo da noite! – comemorou.
- Cara, você está MUITO doido, porque, em momento algum da noite, te beijei. – comentei dando altas gargalhadas.

Ficamos alguns segundos discutindo a questão: “te beijei ou não te beijei” (mais parece nome de bloco de Carnaval). Ele insistia que sim e eu, claro, que não. Acabei ganhando no debate, mas a consciência dele veio à tona:

- Eu me lembro de você sim! Porque ouvi você falar “oxente” uma vez. Você é pernambucana! – afirmou o paulista com toda a certeza.
- É, sou! – confirmei um pouco sem graça.
- Sabia que me lembrava de você!

Ah, mas o meu “pernambuquês” é dos estrangeiros mesmo. Fazendo compras na feira da Liberdade, um tio com cara de chinês, japonês, sei lá, de oriental me veio com a melhor de todas. Conversava com ele sobre os preços de uns chinelos e percebi que me olhava com uma cara estranha, tentando entender o que eu falava.

- Desculpe, mas a senhorita é daqui? – perguntou o tio fazendo uma careta.
- Não. – respondi.
- Ah, é turista! Por acaso, é portuguesa? – perguntou ele fazendo careta de novo.
- Não. – respondi dando uma risada discreta.
- Então, é espanhola? – perguntou o tio com a cara de que “ainda descubro esse enigma”.
- Também não. – respondi gargalhando.
- A senhorita é de onde, afinal? – perguntou desesperadamente.
- Sou do Recife, Pernambuco, lá do Nordeste. – enfim, acabei com a agonia do tio.
- Ah, que legal! Desculpe, é que não estava entendendo direito o que a senhorita falava. – respirou ele aliviado.

Obs.: Este texto foi escrito apenas para lembrar que, apesar de sermos uma única nação e de vivermos no mesmo país, temos culturas diferentes. É o que torna o Brasil um país rico multiculturalmente falando e uma referência para tantos outros. Favor, deixe os preconceitos linguístico e regional de lado, ok? =)

3 de julho de 2010

Unhas bonitas x tempo: Uma eterna guerra

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Adoro fazer pesquisas, pois acabamos descobrindo resultados inusitados, além de confirmar aqueles que já deduzimos de acordo com alguma suposição. Uma prova disso foi uma enquete que fiz, junto com três colegas da pós-graduação de Comunicação Empresarial, sobre o perfil da mulherada moderna, trabalhadora, estudante e com família no que se refere “fazer as unhas”. Como era de se esperar, o resultado da pesquisa apontou que o tempo é o maior “vilão” e, por conta dele, é preciso encontrar alternativas práticas para estar sempre bela, inclusive sair que nem uma louca atrás de uma manicure.

Para fazer as unhas, as mulheres costumam ir ao salão de beleza (46%) ou elas mesmas fazem em casa (29%). A minoria opta por uma manicure ir até a sua residência (8%). Perguntamos também às entrevistadas quando elas costumam fazer as unhas e o resultado foi unanime sobre o tempo. Dia de semana jamais! A maioria (41%) disse que faz em qualquer dia ou quando sobra tempo e 38% confirmou fazer sempre no fim de semana. Por conta disso, 53% da mulherada prefere fazer as unhas com hora marcada e, mesmo assim, não quer esperar muito tempo, no máximo, 30 minutos, de acordo com 58% das entrevistadas.

Na hora do desespero, 55% delas já deixaram de fazer as unhas por não encontrar profissional ou salão disponível no momento em que desejavam. Então, sairiam que nem loucas atrás de alguém ou de um salão, ou seja, 66% das participantes da pesquisa informaram que fariam isso. Agora, vem um dado curioso. Mesmo com esse posicionamento, 55% delas costumam fazer as unhas sempre com a mesma profissional ou no mesmo salão. Resumindo: a infidelidade só acontece na hora do desespero por unhas bonitas!

Apesar da falta de tempo e da correria, a vaidade feminina sempre fala mais alta. Isso porque 44% das entrevistadas costumam fazer as unhas semanalmente e 23% quinzenalmente. Para vocês terem uma ideia de como a pesquisa funcionou, colocamos na internet dois tipos de questionários distintos sobre o assunto, nos quais 166 mulheres responderam durante uma semana. Fizemos a divulgação da enquete no Orkut, correio eletrônico e Twitter.

Conclusão: Fazer unhas é uma necessidade básica para a mulherada, precisando ser inclusa na lista do kit sobrevivência.