24 de outubro de 2010

Honestidade ainda existe, graças a deus!

Educação e honestidade são duas atitudes em extinção na nosa sociedade brasileira pós-moderna do século 21. Mesmo em menor número, elas ainda aparecem como pequenas flores no meio de tantas ervas daninhas, tentando manter as boas ações sempre vivas e nos surpreendendo. Fui ao show da banda Los Hermanos que resolveu, depois de alguns anos sem subir a um palco, fazer algumas apresentações específicas para matar a saudade (oi?) dos fãs. Então, imaginem como o público estava: ansioso, nervoso, emocionado, desesperado, entre outros sentimentos de fã enlouquecido e de carteirinha.

Para entrar no espaço onde aconteceu o espetáculo, não se escutava “por favor”, “com licença” e muito menos “desculpa”. Era cada um por si. Muita gritaria, empurra-empurra, aperto e ignorância. Estava claro que a má organização da produção também colaborou para isso. Mesmo assim, o bom senso do público passava longe. Já dentro, sem comentários, pois tive a sensação de estar acompanhando um bloco pelas ladeiras de Olinda durante o Carnaval (pelo menos na festa de momo todos se divertem). Enfim, eu e alguns amigos encontramos um cantinho – apertado – para acompanhar o show da banda.

O segredo é levar tudo na esportiva. Mas quem consegue com pessoas lhe empurrando, batendo, uma querendo brigar com a outra e gritando no pé do seu ouvido? Sei que também a idade vai avançando e você não aguenta mais determinadas coisas, mas... Em quase duas horas de show, o saldo foi: reclamei com um fã louco por ter me empurrado e quase fui agredida; consegui evitar uma briga entre estranhos, também para não sobrar socos na minha cabeça; fui pisada; empurrada milhares de vezes; espremida e tive a bunda apalpada. Que show, não?



Pois bem, no meio desse “jardim de ervas daninhas”, eis que surgiu uma “flor”. Um dos meus amigos perdeu o celular durante o show. Não conseguimos encontrá-lo e o demos por perdido. Logo, deduzimos que o “dono” o encontrou e levou para casa. No dia seguinte, pegamos a estrada para uma praia no Litoral Sul de Pernambuco e, de repente, recebo uma ligação no meu celular com código do Rio de Janeiro. Como estava dirigindo, pedi ao meu amigo que perdeu o telefone para atendê-lo. No meio da ligação, um grito de comemoração:

- É O MEU CELULAR!!!!!

Isso mesmo! O carioca da ligação foi a pessoa que encontrou o aparelho e gostaria de devolvê-lo. O “salvador do celular”, por coincidência, também estava indo para mesma praia que nós. Marcamos de nos encontrarmos lá, mas, por ironia do destino, não deu certo. Já de noite no mesmo dia, consegui falar com ele, já que não havíamos conseguido antes:

- Desculpe não ter atendido vocês mais cedo. Deixei o celular no quarto do hotel e fui para a praia. Prometo que, agora, ele ficará na minha mão o tempo todo! – prometeu o carioca.
- Que isso, fulano, você não tem que se desculpar de nada. Nós é que temos que lhe agradecer por ter achado o telefone, guardado, feito ligações interurbanas e a boa vontade de devolvê-lo. – o corrigi educadamente pela sua atitude.

Devido aos desencontros e horários de voos – meu amigo do celular perdido morava em São Paulo -, não conseguimos resgatar o aparelho naquele dia. Entretanto, ele iria, dentro de alguns dias depois, para o Rio de Janeiro a trabalho. Os dois combinaram de se encontrar lá, devolver o telefone e, quem sabe, tomar uma boa cerveja carioca gelada em agradecimento pelo ato de honestidade e boa vontade do “salvador do celular”.

São essas pequenas boas atitudes, em meio a tantas outras grandes ruins, que nos obriga a refletir a sociedade em que vivemos e como nos damos com ela. =)

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