25 de fevereiro de 2010

Causos de viagens - Floresta/Cabrobó (PE)

A curiosidade foi tão grande que resolvi voltar para rever o Velho Chico na segunda quinzena de julho de 2008. Desde a última vez que o vi (junho de 2007), muita coisa mudou. Fui pelo jornal fazer uma matéria sobre a Transposição do Rio São Francisco, publicada no dia 28 de julho. Percorremos mais de 600 quilômetros de estradas (muitas em péssimas condições), até as cidades de Floresta e Cabrobó, Sertão pernambucano, onde estão acontecendo as obras. Na verdade, neste texto não vou contar da matéria por si só, mas os bastidores, os causos de viagens!

Cheguei ao jornal, em um domingo, por volta das 8h. Horário não muito agradável para sair de casa, mas a empolgação era tamanha que nem estava me importando com isso. Minutos depois, hora de pegar a estrada (BR-232). Assim que entrei no carro, começou o primeiro causo. Tive que viajar cerca de cinco horas com o encosto do banco traseiro afundado, ou seja, fiquei com a minha coluna toda torta, rezando para chegar logo nas nossas paradas para esticá-la. O mesmo aconteceu na volta. Motivo: era o único carro que tinha acabado de chegar da revisão! (hunf!)

Até ai, tudo bem. Nada de mais. O momento mais tosco da viagem foi quando chegamos em Floresta, ao entardecer. Todos (eu, o motorista e o fotógrafo) estavam loucos para chegar ao hotel, tomar um bom banho e dar uma relaxada. Sonho não realizado. O hotel mais lembrava um cortiço abandonado! Pelo que percebi, parecia que o tal “estabelecimento” estava em reforma e o dono não tinha grana para terminar. Em um dos comunicados localizados nas portas dos quartos, havia uma justificativa datada há anos.

Criamos coragem e resolvemos entrar. Fiquei na expectativa de que, pelo menos, o quarto seria mais agradável, mas me enganei. Quase tive um ataque de claustrofobia quando entrei e a atendente (?) fechou a porta. Logo corri para abrir a janela, precisava respirar. Fui tomar um banho, mas o banheiro mal me cabia. Era preciso fazer uma ginástica para conseguir me ensaboar. A equipe logo saiu para jantar, pois estávamos famintos e não conseguíamos permanecer muito tempo nos quartos.

Antes de sairmos, o fotógrafo e o motorista resolveram mudar de quarto, porque não estavam se sentindo muito bem no que estavam, devido ao mofo nas paredes. Na volta, o susto! Eles foram atacados por formigas. Não eram aquelas que aparecem do nada em nossas casas, mas centenas desses insetos, daquelas bem pretas, que tentavam entrar no quarto dos meninos. Se demorássemos um pouco mais, ambos seriam carregados. Inseticidas nelas!

Depois de uma noite mal dormida, ao som de gafanhotos e com medo das formigas, acordamos para a primeira jornada de trabalho. A primeira parada foi na prefeitura da cidade. Queríamos falar com o prefeito, mas não estava no momento e fomos atendidos por uma de suas secretárias municipais. Enquanto conversava com a “autoridade”, o fotógrafo resolveu preparar a câmera fotográfica. De repente, a secretária para de me olhar e presta mais atenção no fotógrafo que tinha feito um movimento brusco com os braços e uma das pernas.

Assustada ela perguntou: “Algum problema?” O fotógrafo respondeu: “Não, senhora. Foi um gafanhoto que saiu do bolso da minha bolsa! Não se preocupe que não é uma barata!” Todos nós rimos! Segundos depois, a secretária perguntou onde estávamos hospedados. Falamos o nome do hotel e ela fez um sinal negativo com a cabeça, dizendo: “Moro perto de lá... Meu deus, eles ainda não fizeram dedetização.” Bom, não preciso falar mais nada, não é?

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