25 de fevereiro de 2010

Precoce trauma (?) dos 30

Sei que ainda faltam alguns anos para eu chegar à casa dos 30, mas acho que o trauma (?) da idade chegou mais cedo do que havia previsto. Tudo aconteceu quando estava com Cabecita (apelido carinhoso dado a uma querida e ilustre amiga que mora no meu coração) em uma pizzaria pelo Recife, jogando conversa fora na hora do jantar. Em uma mesa não tão distante da nossa, alguns adolescentes se divertiam, fazendo o maior barulho com as altas gargalhadas que davam por sabe-se lá o motivo. Cabecita, num dia de TPM braba, logo se irritou:

- Não tenho mais paciência com esses adolescentes! Que barulho!
- Calma, amiga, um dia você foi assim. Deixa eles lá! – contestei a sua revolta.

Voltamos a nossa conversa e a degustar as pizzas que por nós passavam. Uma fatia aqui, outra ali. Um refrigerante, um suco... Para finalizar, fatias de pizzas de brigadeiro, prestígio e chocolate com pedaços de morango... Ui! Depois da Gordinha do Mal ter baixado em nossos corpos, resolvemos ir embora, até porque não cabia mais nada além do ar que estávamos respirando. Antes disso, decidi dar uma passada no banheiro, já que moro num reino tão, tão, tão distante de qualquer lugar do Recife.

Ao entrar no recinto, me deparo com cinco adolescentes ou pré-adolescentes, - na verdade, nunca consegui diferenciar um do outro – fazendo poses para diversas fotos que tiravam, tendo como pano de fundo o espelho, claro. Enquanto fazia minhas necessidades, escutava o barulho ensurdecedor que faziam. Graças, não tinha problemas quanto a isso para fazer xixi. Quando fui lavar as mãos, acompanhei toda a produção fotográfica do espelho, um pouco contorcida para não aparecer nas tão produzidas fotos. Na hora de sair, elas resolvem tirar uma foto próxima à porta. Paro, espero elas terminarem e escuto:

- Vai logo, Fulana. Tira logo a foto! – disse uma delas.
- É, estamos atrapalhando a tia passar... – comentou outra.

Hã?!? Escutei direito?? Tia?!? Elas me chamaram de TIA?!? Não queiram saber qual foi a cara que fiz. Acho que nem preciso descrever a cara de uma pessoa que foi chamada de forma espontânea, pela primeira vez, de TIA. Tentando corrigir, uma terceira garota disse:

- Não, tia não. Prima, é melhor!
- É, de fato, prima é BEM melhor. – concordei.

Saio do banheiro ouvindo gargalhadas e vejo Cabecita com a maior cara de sapeca:

- E você, ainda pouco, defendeu eles.
- Sem comentários, amiga. Sem comentários...

1 comentários:

Unknown on 26 de fevereiro de 2010 às 12:06 disse...

Cachinhos de mel,
Se você nunca soube bem qual a diferença entre um pré e um adolescente, como quer que eles saibam qual a diferença entre alguém que acabou de entrar na vida adulta e uma balzaca ? rsrs
Mas estou completamente solidária ao sentimento de sua amiga, acho que educação não tem idade, pelo menos não deveria ter...
DM

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