1 de março de 2010

Dilemas do guichê dois

É fato que ir ao banco resolver pendências ou qualquer coisa relacionada à vida financeira não é nada animador. Minhas visitas bancárias são totalmente esporádicas. Acho que conto nos dedos a quantidade de vezes que fiz uma visita ao meu gerente. Certo dia, precisei ir ao banco e sabe quando foi isso? Numa folga! Isso porque já sabia que perderia algum tempo. Se não fosse pela insistência do meu pai, um contador convicto, demoraria mais alguns meses para resolver a pendência.

Enfim, peguei o carro e fui até a agência que, supostamente, não teria tanta gente para ser atendida no horário que escolhi. Primeiro dilema: encontrar uma vaga no estacionamento do banco. O “proprietário” das vagas me chama e mostra que há uma próxima a entrada. Descubro que era uma vaga reservada para idosos. Dou ré e estaciono em outra, um pouco mais distante, mas, pelo menos, consegui! Ufa!

Segundo dilema: descobrir, na agência, onde resolver o meu problema. Graças que tinha uma atendente logo no hall de entrada. Tiro minha dúvida, mas fiquei com medo, pois estava tudo muito fácil para uma agência bancária:

- É só a senhora ir ao guichê dois para falar com o atendente e preencher esta ficha. No momento, a pessoa está na hora de almoço. Em 30 minutos, deve voltar. – disse a atendente.

Bom, era 14h. Então, o que seria esperar 30 minutos? Já almocei, não tenho pressa e nenhum outro compromisso. Pronto, resolvi esperar. Preenchi a ficha e sentei em uma das diversas cadeiras que ali estavam. Terceiro dilema: o que fazer enquanto esperar para ser atendida. Pois é, esqueci de levar um livro. Quem vai ao banco precisa montar um kit espera! Como não tenho tanta experiência bancária, fiquei frustrada por não saber o que fazer nos próximos 30 minutos.

Comecei a ler todas as placas e cartazes possíveis a minha vista. Fiquei jogando no celular. Depois, observei todas as pessoas que estavam ao meu redor. Um senhor dormia, uma senhora lia um livro de salmos, outra falava desesperadamente ao telefone e tinha um senhor carregando uma pasta cheia de papel. “Espero que ele não esteja na minha frente”, pensei meio angustiada. Os tão esperados 30 minutos se passaram... Onde está o atendente do guichê dois?!? Nada!

Como detesto esperar, fui perguntar a um senhor engravatado – parecia ser o gerente - que estava no guichê três o paradeiro do guichê dois:

- Em 20 minutos, ele volta. – respondeu o homem sem olhar para mim.

Claro que se passaram os 20 minutos e nenhum movimento no guichê dois. Comecei a ficar desesperada. Nomes eram chamados. Mas eu não dei nome algum?!? Ai, vem o quarto dilema: a desorganização. Voltei até a atendente para confirmar se, realmente, não precisa dar nome para resolver o meu problema:

- Não, senhora. É só esperar o atendente do guichê dois. Assim que ele chegar, basta se aproximar. – respondeu ela.

Voltei e sentei. Pernas começaram a se balançar sozinhas e o sono batendo. “Não posso dormir no ponto”, pensei desesperada e com medo de alguém passar na minha frente, pois não sabia quem estava na vez. Tudo ali era muito confuso. Olho para o relógio, uma hora se passou e o guichê dois continuava vazio. De repente, vejo o movimento de um rapaz delgado e com uma cabeça nada compatível ao seu corpo se aproximar no tão esperado guichê. Meus olhos brilharam como de uma criança que recebe um pirulito gigante. Felicidade de pobre dura pouco, então ele vai logo embora.

Levanto de onde estava sentada e começo a andar de um lado para outro. É quando vejo as pessoas demonstrando completa insatisfação pela demora no atendimento. Além disso, muitos tinham ido embora e outros esperavam no lugar. O rapaz delgado volta e, enfim, ocupa seu guichê dois. Eba! Que nada, um senhor corre e senta na cadeira. Percebendo a manha, me aproximo logo do guichê e espero a minha vez. Minutos depois, consigo o atendimento. Falo meu problema e o rapaz logo começa a digitar. Em menos de cinco minutos, estava tudo pronto!

Sabem o que eu queria?!? Fazer apenas minha senha do Cartão Cidadão da Caixa Econômica.

0 comentários:

Postar um comentário

Un recadito!