Descobri que não precisa ser uma Beyoncé, Mariah Carey, Madonna ou Lady Gaga para ser considerada uma diva. Certo dia, precisei ir a uma boate gay receber um prêmio pelas ações e apoio voltado ao público LGBT que meu atual trabalho faz. Nunca tinha ido a um lugar assim. Era a minha primeira vez. Apesar de ser trabalhando, estava super empolgada para conhecer o ambiente, que, para mim, era um mistério. Coloquei um tubinho preto e uma sandália prateada rasteira, acompanhados de uma bolsa carteira preta. Linda e maquiada fui acompanhando minha chefa e mais um colaborador da minha instituição.
- Vão te atacar! – comentou minha chefa.
Não levei muito a sério o comentário dela, que já tinha ido à boate acompanhada de amigos gays, alguns também meus. Chegando lá, tudo me parecia normal. Nada do que vi me assustou, pois casais de homens e mulheres se beijando e dançando já tinha visto em tantos outros lugares públicos. Enquanto a cerimônia do prêmio não começava, nos divertíamos bebendo, dançando e com algumas figuras hilárias que surgiam. Ah, vale lembrar que o repertório musical do local estava 100%.
De repente, sinto algo no meu pé. Quando vejo, uma figura ajoelhada beijando-o. Não, não era uma mulher, antes que alguém pergunte. Era um homem. Fiquei super assustada, porque, depois disso, ele fez um coração com as mãos e apontou para mim. “O que foi isso?”, logo pensei. A minha chefa também ficou sem entender:
- Deve ser um daqueles tarados por pés! - disse a chefa dando gargalhadas.
- Nada, deve ter sido uma biba louca que se apaixonou pela minha sandália. – completei brincando.
Rimos do acontecido e deixamos para lá, pois já sabia que tudo poderia acontecer ali. Tempo depois, o beijoqueiro louco voltou e, sem eu ver, beijou meus dois pés. Ele se levantou, me puxou pelo braço e disse:
- Seus pés são lindos! Estou apaixonado por eles....
Agradeci, meio sem graça, e deixei para lá. Fui ao bar e peguei outra cerveja. Também, depois disso tudo, só uma cerveja mesmo. Enfim, o evento começou e nos posicionamos na área vip dos premiados. Na hora da entrega, o mestre de cerimônias, também nosso amigo, fez o favor de nos chamar no palco, além do representante da instituição que foi com o objetivo de receber o prêmio. Nós, eu e a chefa, estávamos apenas acompanhando. Com os nomes chamados, tivemos que subir no palco e pagar o mico por completo. Quando descemos, a surpresa. O beijoqueiro de pés surgiu, furando a segurança da área vip. Beija meus pés novamente:
- Estava torcendo por você para ganhar o prêmio. Seus pés são lindos!!
Comecei a ficar desesperada, pois não sabia mais como lidar com aquela situação louca. Olhei para o segurança desesperada e, graças, ele entendeu. Retirou o louco dos pés do recinto. Ufa! Entre eu, a chefa e outros amigos próximos o beijoqueiro foi o comentário. Ah, mas não acaba por ai. Um cara, da produção de João do Morro, que também recebeu o prêmio, chega para mim e pergunta:
- O que aconteceu?
- Não sei. Desde cedo ele está me seguindo e fazendo isso!
- Você é gay?
- Nããão!!
- Você tem um sorriso lindo!!
Depois dessa, cheguei para a chefa e disse:
- Podemos ir embora?!? Cansei dessa noite de diva!
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7 de março de 2010
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4 comentários:
Hahahahahahaha. Rafinha o humor com que você relata as suas histórias é ótimo. Sempre passo por aqui para ficar por dentro de novos relatos. Não pare de nos privilegiar com seus causos. Beijos.
Fico feliz de saber que meus causos estão divertindo vocês, queridos leitores! Obrigada pelos elogios, mesmo que anônimos! =)
Hahahahahahahaha vida de diva não é fácil, meu bem! Adorei!
Rafita divééérima!!!
Sério, ri alto com essa história de "beijoquices pézais"... xDD
mas que o sorriso é lindo isso é um fato
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Un recadito!