7 de março de 2010

Uma noite de diva

Descobri que não precisa ser uma Beyoncé, Mariah Carey, Madonna ou Lady Gaga para ser considerada uma diva. Certo dia, precisei ir a uma boate gay receber um prêmio pelas ações e apoio voltado ao público LGBT que meu atual trabalho faz. Nunca tinha ido a um lugar assim. Era a minha primeira vez. Apesar de ser trabalhando, estava super empolgada para conhecer o ambiente, que, para mim, era um mistério. Coloquei um tubinho preto e uma sandália prateada rasteira, acompanhados de uma bolsa carteira preta. Linda e maquiada fui acompanhando minha chefa e mais um colaborador da minha instituição.

- Vão te atacar! – comentou minha chefa.

Não levei muito a sério o comentário dela, que já tinha ido à boate acompanhada de amigos gays, alguns também meus. Chegando lá, tudo me parecia normal. Nada do que vi me assustou, pois casais de homens e mulheres se beijando e dançando já tinha visto em tantos outros lugares públicos. Enquanto a cerimônia do prêmio não começava, nos divertíamos bebendo, dançando e com algumas figuras hilárias que surgiam. Ah, vale lembrar que o repertório musical do local estava 100%.

De repente, sinto algo no meu pé. Quando vejo, uma figura ajoelhada beijando-o. Não, não era uma mulher, antes que alguém pergunte. Era um homem. Fiquei super assustada, porque, depois disso, ele fez um coração com as mãos e apontou para mim. “O que foi isso?”, logo pensei. A minha chefa também ficou sem entender:

- Deve ser um daqueles tarados por pés! - disse a chefa dando gargalhadas.
- Nada, deve ter sido uma biba louca que se apaixonou pela minha sandália. – completei brincando.

Rimos do acontecido e deixamos para lá, pois já sabia que tudo poderia acontecer ali. Tempo depois, o beijoqueiro louco voltou e, sem eu ver, beijou meus dois pés. Ele se levantou, me puxou pelo braço e disse:

- Seus pés são lindos! Estou apaixonado por eles....

Agradeci, meio sem graça, e deixei para lá. Fui ao bar e peguei outra cerveja. Também, depois disso tudo, só uma cerveja mesmo. Enfim, o evento começou e nos posicionamos na área vip dos premiados. Na hora da entrega, o mestre de cerimônias, também nosso amigo, fez o favor de nos chamar no palco, além do representante da instituição que foi com o objetivo de receber o prêmio. Nós, eu e a chefa, estávamos apenas acompanhando. Com os nomes chamados, tivemos que subir no palco e pagar o mico por completo. Quando descemos, a surpresa. O beijoqueiro de pés surgiu, furando a segurança da área vip. Beija meus pés novamente:

- Estava torcendo por você para ganhar o prêmio. Seus pés são lindos!!

Comecei a ficar desesperada, pois não sabia mais como lidar com aquela situação louca. Olhei para o segurança desesperada e, graças, ele entendeu. Retirou o louco dos pés do recinto. Ufa! Entre eu, a chefa e outros amigos próximos o beijoqueiro foi o comentário. Ah, mas não acaba por ai. Um cara, da produção de João do Morro, que também recebeu o prêmio, chega para mim e pergunta:

- O que aconteceu?
- Não sei. Desde cedo ele está me seguindo e fazendo isso!
- Você é gay?
- Nããão!!
- Você tem um sorriso lindo!!

Depois dessa, cheguei para a chefa e disse:

- Podemos ir embora?!? Cansei dessa noite de diva!

4 comentários:

Anônimo disse...

Hahahahahahaha. Rafinha o humor com que você relata as suas histórias é ótimo. Sempre passo por aqui para ficar por dentro de novos relatos. Não pare de nos privilegiar com seus causos. Beijos.

Rafaela Aguiar on 11 de março de 2010 às 20:19 disse...

Fico feliz de saber que meus causos estão divertindo vocês, queridos leitores! Obrigada pelos elogios, mesmo que anônimos! =)

Rapha Aretakis disse...

Hahahahahahahaha vida de diva não é fácil, meu bem! Adorei!

Hannah Sá on 14 de abril de 2010 às 10:00 disse...

Rafita divééérima!!!

Sério, ri alto com essa história de "beijoquices pézais"... xDD

mas que o sorriso é lindo isso é um fato

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